Fokker FII, FIII, FIV, FV, FVII (F-10), FVIII, FIX, FXII, FXVIII

O INICIO
A Fabricante de aeronaves Fokker foi fundada pelo holandês Anthony Fokker, em 1912, em Berlim, na Alemanha, sendo o Fokker Spin a primeira aeronave. Em 1919 a fabricante se mudou para a Holanda e iniciou o projeto para uma aeronave comercial de pequeno porte, denominado Fokker F.II (O F.I foi um projeto que nunca saiu do papel). O FII era um monoplano monomotor de asa alta de madeira e trem de pouso fixo. A cabine de passageiros era fechada, com capacidade para até 4 passageiros, enquanto o cockpit era aberto. O primeiro protótipo começou a ser construído na Alemanha e foi transferido ilegalmente para a Holanda no meio do desenvolvimento. O primeiro exemplar entrou em operação pela KLM em 1920.
Logo em seguida a Fokker começou o desenvolvimento do Fokker F.III, baseado no F.II, com uma cabine maior capaz de levar até 5 passageiros. O cockpit foi modificado, melhorando a visão do piloto, e as asas também ganharam modificações. O FIII foi inaugurado pela KLM em abril de 1921, na rota Amsterdam - Londres. O FIII também ganhou uma versão como hidroavião, denominada F.III-W.
Na mesma época do Fokker III, a fabricante também desenvolveu o Fokker F.IV, uma versão ainda maior do F.II, capaz de transportar até 12 passageiros. A Fokker acreditava que o aumento da demanda de passageiros iria criar mercado para aeronaves maiores, porém o FIV se mostrou grande demais para a demanda das companhias aéreas e não conseguiu nenhuma venda. Apenas duas unidades foram produzidas para a Força Aérea dos Estados Unidos.
A Fokker então partiu para um projeto um pouco menor, o Fokker F.V. Essa aeronave era capaz de transportar até 8 passageiros e podia ser facilmente convertida entre monoplano (uma asa) ou biplano (duas asas), pois a asa inferior podia ser removida. A ideia era que como biplano o FV era capaz de transportar mais carga, enquanto como monoplano teria uma velocidade maior, pois sofreria menos arrasto. O Fokker V também foi o primeiro a incorporar controles duplos no cockpit, banheiros e aquecimento da cabine. Entretanto o F.V também não agradou as companhias aéreas e apenas uma unidade foi construída em 1922.
Diferentemente dos outros da série, o Fokker F.VI foi projetado para a aviação militar. Tratava-se de um caça, também conhecido como Fokker PW-5.

O SUCESSO
O próximo projeto foi o Fokker F.VII, baseado no F.V, também capaz de transportar 8 passageiros. As principais novidades eram os novos motores e a possibilidade das hélices serem de madeira e alumínio. O primeiro voo ocorreu em novembro de 1924 e essa versão entrou em serviço pela KLM em 1925. Após a construção de cinco unidades para a companhia aérea holandesa, a única cliente pediu modificações no projeto e foi prontamente atendida pela Fokker. Em março de 1925 voava pela primeira vez a versão F.VIIA, tendo como principais modificações um trem de pouso simplificado, ajustes nas asas e cabine de passageiros um pouco maior. Essa versão finalmente começou a atrair o interesses de outras companhias aéreas além da KLM.
Em julho de 1925 Anthony Fokker pediu uma modificação do FVII para que a aeronave fosse capaz de competir num evento da Ford. Nascia ai o Fokker F.VIIA/3M, equipado com três motores ao invés de apenas um. Por esse motivo essa versão também ficou conhecida como "Fokker Trimotor". O F.VIIA/3M acabou interessando as companhias aéreas, que viam uma versão mais confiável para realizar longos voos, pois em caso de falha do motor, a aeronave poderia continuar a voando com dois ou apenas com um motor. Além das companhias aéreas, o FVIIA-3M também chamou a atenção do correio aéreo e de exploradores, fazendo da aeronave um verdadeiro "coringa". O Fokker VIIA/3M foi responsável por uma expedição ao Pólo Norte em maio de 1926 e por completar a travessia do Oceano Pacífico, entre os EUA e a Austrália, e do Oceano Atlântico, entre o Canadá e o País de Gales, ambos em 1928. A Fokker também passou a produzir uma versão com asas maiores e motores mais pesados, denominada F.VIIB/3M. Essa versão também ganhou uma versão hidroavião, denominada F.VIIB/3M-W. O Trimotor ainda ganhou as versões militares, F.VIIA/3M/M e F.VIIB/3M/M. O grande sucesso do FVII levou a Fokker a se tornar uma das maiores fabricantes de aeronaves comerciais na época. O Fokker VII também foi construído nos EUA, sob o nome Fokker F-10 (ou F.X). Essa versão tinha asas maiores, motores mais potentes e era capaz de levar até 12 passageiros.

OS SUCESSORES
A Série F continuou em 1926, quando a KLM pediu uma aeronave capaz de levar mais passageiros do que o FVII. Nascia ai o Fokker F.VIII, capaz de levar 15 passageiros, embora uma versão mais luxuosa para 12 passageiros tenha feito mais sucesso. O F.VIII foi o primeiro bimotor produzido pela Fokker e entrou em operação pela KLM em junho de 1927.
O próximo foi o Fokker F.IX, um trimotor para até 20 passageiros. Porém a aeronave entrou em serviço exatamente no momento da quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Apenas duas unidades foram operadas pela KLM. Já o Fokker F.XI (também conhecido como Fokker Universal) foi produzido pela filial nos EUA, entre 1926 e 1931, e conseguiu um relativo sucesso, sendo um monomotor para 4 passageiros.
O trimotor Fokker F.XII, para 16 passageiros, foi desenvolvido a pedido da KLM e introduzido pela mesma em março de 1931 na rota para as Índias Orientais Holandesas.
Após a décima segunda versão, a Fokker entrou num período de baixa. O Fokker F.XIV foi uma versão exclusivamente cargueira. Porém as companhias aéreas não demonstraram interesse e apenas uma unidade foi produzida. Os projetos F.XIII, F.XV, F.XVI, F.XVII, F.XIX, F.XXI, F.XXIII e F.XXIV não saíram do papel.
Em 1932 a Fokker lançou uma versão alongada do Fokker F.XII, denominada Fokker F.XVIII. Porém apenas cinco unidades foram produzidas, todas para a KLM. O próximo projeto não saiu como esperado. O trimotor Fokker F.XX, lançado em 1933, não atraiu o interesse das companhias aéreas e apenas uma unidade foi produzida. Apesar do FXX trazer avanços na aerodinâmica em relação as versões anteriores, a aeronave não era capaz de competir com os concorrentes DC-2 e DC-3. Foi nesse período complicado que a Fokker viu o inicio da Segunda Guerra Mundial. As fábricas Fokker foram confiscadas pelos alemães e depois acabaram sendo destruídas por bombardeios.

Origem: Holanda / Estados Unidos
Concorrentes: De Havilland DH84/89, Dornier Do B Merkur, Fairchild 71, Junkers F-13, Junkers G23/G24, Junkers W33/W34, Junkers JU-52/3, Sikorsky S-38
Substituído por:
Douglas DC-2, Douglas DC-3, Lockheed L14, Lockheed L18
Companhia Lançadora: KLM

E
  F.II F.III F.VII F.VIII F.IX F.XII F.XVIII
Produzido: 1919-1925 1921-1925 1925-1932 1927-1932 1929-1932 1931-1939 1932-1939
Comprimento: 11,07 m 11,65 m 14,50 m 16,8 m 19,31 m 17,50 m 18,50 m
Envergadura: 16,10 m 17,68 m 21,71 m 23 m 27,16 m 22,99 m 24,50 m
Altura: 3,66 m 3,66 m 3,88 m 4,2 m 4,57 m 4,29 m 4,29 m
Peso da aeronave: 1,2 ton 1,2 ton 3,1 tons 3,3 tons 5,4 tons 4,3 tons 4,6 tons
Peso máximo de decolagem: 1,9 ton 1,9 ton 5,3 tons 5,8 tons 9,0 tons 7,2 tons 7,8 tons
Motores: 1x Armstrong Siddeley Puma 1x Siddeley Puma 3x Wright J-6 Whirlwind 2x Bristol Jupiter IV 3x Gnome-Rhône 9A 3x P&W Wasp C 3x P&W Wasp C
Velocidade de cruzeiro: 120 km/h 135 km/h 180 km/h 120 km/h 170 km/h 190 km/h 190 km/h
Alcance: 1200 km 1000 km 1200 km 700 km 1150 km 1270 km 1820 km
Passageiros: 4 5 8 15 20 16 12
Primeiro voo: 10/1919 04/1921 11/1924 03/1927 08/1929 01/1931 06/1932
Construídos: 23 66 196 11 18 11 5

 

 

 

Fokker F-27 / Fairchild FH-227

Após a Segunda Guerra Mundial, a fabrica da Fokker foi reconstruída. Nesse momento o mercado foi inundado com aviões baratos excedentes da guerra, que viraram os queridinhos das companhias aéreas. A fabricante então cautelosamente decidiu ficar de fora do mercado de aviação comercial inicialmente. Mesmo assim, em 1946, a Fokker iniciou um estudo para um jato regional, denominado Fokker F-26. Porém o projeto não foi para frente.
Em 1951 a empresa começou um outro projeto, dessa vez uma aeronave turboélice para substituir o DC-3. Mas a Fokker não foi a única a ter essa ideia. Na época o DC-3 era a aeronave comercial mais popular do mundo e estava ficando velha. Várias fabricantes ao redor do mundo tentaram criar o substituto perfeito para o DC-3 a fim de abocanhar esse imenso mercado. A Fokker buscou as opiniões dos operadores de DC-3 sobre quais melhorias eles esperariam de um novo modelo. Com base nisso a equipe do projeto optou por uma aeronave de asa alta, com dois motores turboélice e cabine pressurizada. Para a fuselagem, a Fokker usou uma técnica inovadora (Redux), resultando em uma vida útil maior, melhor aerodinâmica e menos peso. A aeronave foi batizada de Fokker F27 "Friendship".
A primeira versão ficou conhecida como F27-100 ou F27 Mk 100 e vou pela primeira vez pela Aer Lingus em novembro de 1958. Em 1958 a Fokker lançou a versão F27-200 com motores Dart Mk 532, mais potentes. Em 1960 foi lançada a versão Combi (metade para passageiros e metade para carga), F27-300. O F27-400, lançado em 1961, era igual ao 300, mas tinha novos motores Rolls-Royce Dart 7 e portas maiores para carga.
Em 1956 a Fokker assinou um contrato com a Fairchild (fabricante de aviões dos EUA) para produzir o F-27 em território americano, denominado FH-227. O primeiro voou ocorreu no dia 12 de abril de 1958. Os Fairchild FH227 são mais compridos que os F-27, e possuem nariz alongado (para abrigar um radar meteorológico) e maior capacidade de combustível. A maioria das vendas do FH227 foi feita nos EUA, justamente o objetivo da parceria da Fokker com a Fairchild: ter maior penetração no mercado dos EUA.
Apesar das vendas lentas no inicio, o Fokker 27 acabou se tornando um dos mais bem sucedidos substitutos do DC-3. O número de encomendas começou a crescer consideravelmente a partir dos anos 60 e a Fokker começou a planejar novas versões.
Em 1967 foi lançado do F27-500 ou F27 Mk500. A versão 500 tinha 1,5 metro a mais que as versões anteriores, sendo capaz de acomodar mais assentos, e foi lançada pela Air France. Em 1968 foi lançada a versão de conversão rápida entre passageiros e carga, F27-600. Já o F-27-700 possuí uma porta cargueira maior.
Ao final de 1987 o F-27 se consagrou como o turbo-hélice mais bem sucedido da Europa Ocidental. A aeronave deixou de ser produzida para abrir espaço para o seu sucessor Fokker F-50.
No Brasil o Fokker F-27 também fez sucesso, sendo operados pelas principais companhias aéreas regionais desde os anos 60 até o inicio dos anos 2000. A pioneira foi a Paraense, que recebeu o seu primeiro FH-227 em 1967. Em 1970 os seus FH227 foram repassados para o pool da Ponte Aérea RJ-SP e passaram a ver operados pela Varig. Em 1976 a Taba também começou a operar o FH-227, que permaneceram na frota da empresa até o final dos anos 90. A versão europeia F-27 foi operada pela primeira vez pela Tam em 1980, que ainda nos anos 80 se tornou a maior operadora do tipo no país. Outra grande operadora do tipo a partir de 1982 foi a Rio Sul. Na Tam e na Rio Sul os F-27 operaram até os anos 90, sendo substituídos pelo F-50 e jatos regionais.

Operadoras no Brasil: Tam, Rio Sul, Nordeste, Paraense, Taba, Tavaj, Varig, Votec

 


Steve Brimley

 

 Modelo: Construídos: Acidentes:
 F27-100 72 25
 F27-200 122 43
 F27-300 13 4
 F27-400 99 32
 F27-500 126 23
 F27-600 140 47
 F27-700 2 0
 FH-227 78 24
 TOTAL: 652 198

 

Origem: Holanda / Estados Unidos
Produzido: 1958-1987
Comprimento: 23,56 m / 25,06 m (500) / 25,50 m (FH-227)
Envergadura: 29,00 m
Altura: 8,50 m / 8,84 m (500) / 8,41 m (FH-227)
Capacidade de combustível: 3,6-8,8 mil litros / 5,1-7,4 mil litros (500 e 600)
Peso:
F27 MK100/300/400: 10,2 ton
F27 MK200: 10,5 ton
F27 MK500: 11,1 ton
F27 MK600: 11,9 ton
Peso máximo de de decolagem/pouso:
F27 MK100/300: 18,3/18,1 ton
F27 MK200/400: 19,7/18,1 ton
F27 MK500: 19,7/18,6 ton
F27 MK600: 20,4/19,7 ton
Motores:
2x RR Dart 6/7 Mk 514-7, 528-7, 532-7 ou 536-7R
Velocidade de cruzeiro:
430 km/h
Velocidade máxima: 486 km/h
Altitude de cruzeiro: 7,6-9,1 km
Passageiros: 40 a 46 / 52 a 58 (500) / 52 (FH-227)
Primeiro voo: 24 de novembro de 1955
Alcance:
F27 MK100: 1247 km
F27 MK200: 2070 km
F27 MK300: 2030 km
F27 MK400: 1075 km
F27 MK500: 1315 km
F27 MK600: 1890 km
Concorrentes: Curtiss C-46, Convair 540, 580, 640, Dash 7, Dart Herald, HS-748, Martin 4-0-4, Saab 90, Viscount, YS-11
Companhia Lançadora: Aer Lingus

Comparar com outras aeronaves

 

 

 

Fokker F-28

Em abril de 1962 a Fokker anunciou o F28 "Fellowship", um jato de pequeno porte. O avião tinha investimentos da própria Fokker, de outras fabricantes Européias e dos governos da Alemanha e Holanda. O projeto consistia em uma aeronave regional de tamanho semelhante ao F-27, porém movido por motores turbofans. O avião era capaz de atingir velocidades bem superiores aos turboélices e operar em mais de 80% dos aeroportos usados pelo F-27 na época. A maioria dos sistemas de bordo foi projetada visando a simplicidade na operação e manutenção. A Fokker escolheu uma configuração similar ao do DC-9 e BAC 1-11, com a cauda em "T" e motores na parte traseira da fuselagem, protegendo os motores de sugar objetos estranhos durante o pouso e a decolagem. O F28 não possuí reversores nos motores, mas sim air brakes na cauda. Este sistema de frenagem pode ser usado em voo, permitindo que o F28 descesse rapidamente da altitude de cruzeiro para altitudes mais baixas. Ao logo do desenvolvimento a fabricante aumentou a capacidade de passageiros da aeronave de 50 para 65, após uma pesquisa de mercado demonstrar que as companhias aéreas queriam mais capacidade.
A primeira versão ficou conhecida como Fokker 28-1000 (ou F28 Mk1000) e iniciou voos regulares em fevereiro de 1969. A versão inicial também ganhou uma versão cargueira, F28-1000C, com uma porta de carga.
Em abril de 1971 voou pela primeira vez o Fokker F28-2000, uma versão alongada capaz de transportar mais passageiros.
A próxima versão foi o Fokker F28-4000, a versão de maior sucesso, que voou pela primeira vez em outubro de 1976 nas cores da Linjeflyg. Esta versão usou como base o F-28-2000, possuía asas maiores e reforçadas, cockpit revisado, interior mais amplo e novos motores mais silenciosos. Em julho de 1978 foi lançada a versão F28-3000, baseado na versão 1000, mas com fuselagem mais comprida e incorporando as melhorias da versão 4000.
A Fokker também propôs outras versões: o F28-6000 tinha a fuselagem longa da versão 4000 e asas maiores. Já o F28-5000 teria o tamanho da versão 3000, as asas da versão 6000 e novos motores mais potentes. Por fim foi proposto a versão F28-6600 com fuselagem alongada. Porém as companhias aéreas não se interessaram pelas novas versões. Apenas duas unidades da versão 6000 foram produzidas pela Fokker. Em 1986 a produção do F-28 foi encerrada para abrir espaço para o substituto F-100.

 

 

 

 Modelo: Construídos: Acidentes:
 F28-1000 100 23
 F28-2000 10 2
 F28-3000 18 3
 F28-4000 117 15
 F28-6000 2 0
 TOTAL: 247 43

 

 

Origem: Holanda
Produzido: 1969 - 1986
Comprimento: 27,41 m / 29,62 m (2000) / 29,61 m (3000) / 29,62 m (4000)
Envergadura: 23,58 m / 25,07 m (3000/4000)
Altura: 8,47 m
Peso da aeronave: 16,0 ton / 16,6 ton (2000) / 16,9 ton (3000) / 17,6 ton (4000)
Peso máximo de decolagem/pouso:
F28Mk1000/2000: 29,4/26,7 toneladas
F28Mk3000: 33,1/29,0 ton
F28Mk4000: 33,1/31,5 ton
Motores: 2x Rolls-Royce RB183-2 Spey Mk555-15 / 2x RR RB183-2 Spey Mk555-15P (4000)
Capacidade de combustível: 7,8-10,4 mil litros / 12,9 mil litros (2000/3000) / 9,7 mil litros (4000)
Velocidade de cruzeiro: 836 km/h
Velocidade máxima: 849 km/h
Altitude de cruzeiro: 10,6 km (35 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 1,7 km (1000) / 2,0 km (4000)
Passageiros: 68 a 82
F28Mk1000/3000: 65 a 70
F28Mk2000: 74 a 79
F28Mk4000: 80 a 85
Primeiro voo:
9 de maio de 1967
Alcance: 2000 km / 2743 km (2000) / 1900 km (3000) / 3170 km (4000)
Concorrentes: BAC 1-11, DC-9, Boeing 737-100/200
Companhia Lançadora: LTU
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

VFW-Fokker 614

A VFW-Fokker foi uma joint venture entre a Fokker e a Vereinigte Flugtechnische Werke (VFW) iniciada em 1969. O projeto iniciou com a ideia de um jato pequeno otimizado para operações STOL, ou seja, capaz de pousar e decolar de pistas curtas e sem infraestrutura. Os motores foram alocados de maneira incomum, na parte superior das asas, com objetivo do motor não sugar coisas soltas nas pistas despreparadas. A localização dos motores também permitiu que a aeronave tivesse um trem de pouso baixo, facilitando o embarque e desembarque dos passageiros e a adoção de flap contínuo - garantindo um ótimo desempenho em baixas velocidades. Por outro lado, a posição do motor limitou a velocidade máxima a Mach 0.65 - uma velocidade baixa para jatos. Os subsídios do governo alemão permitiram que o desenvolvimento da aeronave fosse concluído.
Os motores do VFW-Fokker 614 foram criados especial para a aeronave e desenvolvidos ao mesmo tempo que a aeronave ganhava forma. Foi dado um grande foco para reduzir o máximo possível o barulho dos motores, de forma que a aeronave pudesse operar em aeroportos dentro de cidades. O projeto inicial previa uma cauda em formato "T", mas acabou sendo alterada para a versão convencional.
O desenvolvimento do VFW-Fokker 614 foi demorado, assim como as encomendas. Em fevereiro de 1972 o primeiro protótipo sofreu um acidente, afastando potenciais compradores. A fabricante previa que a aeronave iria vender entre 300 e 400 unidades, porém, em 1975, apenas dez unidades haviam sido encomendadas. A Lufthansa recusou-se a adquirir a aeronave, pois não estava interessada em rotas regionais e as companhias aéreas regionais achavam a aeronave muito cara. Logo ficou claro que as vendas ficaram muito aquém das expectativas.
Em 1977 o programa foi cancelado em favor de investimentos na nova fabricante europeia, Airbus. No total apenas 19 unidades foram construídas.

 Alberto Storti
 

Construídos: 19
 

Origem: Alemanha/Holanda
Produzido: 1971 - 1977
Comprimento:
20,6 m
Envergadura: 21,5 m
Altura: 7,82 m
Peso: 12,2 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 20 toneladas
Motores:
2x Rolls-Royce/SNECMA M45H Mk. 501
Velocidade de cruzeiro: 70
0 km/h
Velocidade máxima: 735 km/h (mach 0.65)
Altitude de cruzeiro: 7,6 km
Passageiros: 40 a 44
Primeiro voo: 14 de julho de 1971
Alcance: 1.195 km
Companhias Lançadoras: Cimber Air

 

 

 

Fokker F-50 / F-60

A produção de Fokker 27 estava começando a diminuir em 1980 e então a Fokker decidiu lançar um sucessor. O Fokker 50 é baseado no F27-500 e possuí as mesmas dimensões, porém com várias melhorias em relação ao seu antecessor. O F-50 fez uso extensivo de materiais compósitos, ajustes no design das asas, tinha mais janelas e novos motores mais modernos, econômicos, eficientes e silenciosos. Os novos motores reduziram a vibração e tornaram a cabine mais silenciosa, além de tornar o F-50 12% mais rápido do que o seu antecessor. O F50 também ganhou glass cockpit com sistema eletrônico de instrumentos de voo e maior grau de automação. A aeronave manteve a característica do F-27 de operarem aeroportos com pouca infraestrutura e pistas não pavimentadas, com escadas integradas, unidade de energia auxiliar (APU) e custos operacionais e de manutenção baixos.
A primeira versão ficou conhecida como F50-100, apesar de ser oficialmente certificado como F.27-050. A segunda versão (F50-120 ou F.27-0502) possuía apenas três portas ao invés de quatro e o layout do interior do avião foi reconfigurado - apenas seis foram produzidos. O F-50-300 foi produzido especialmente para companhias aéreas que operavam em regiões quentes e altas.
A versão mais diferente foi o Fokker 60. Essa versão possui 1,62 metros a mais que o F-50 e apenas quatro foram construídos, todos para a força aérea da Holanda. Outros F-60 estavam em fase de fabricação mas nunca foram terminados, pois a Fokker acabou falindo. Desde 1994 a fabricante vinha sofrendo fortes perdas financeiras, o que começou a afetar a produção das aeronaves. Em 1995 a empresa começou uma grande reestruturação, porém apesar dos esforços, as perdas continuavam a aumentar. Em 1996 a situação se tornou insustentável, obrigando a Fokker a entrar em estado de falência. Ainda em 1996 uma nova empresa, Fokker Services, foi estabelecida para continuar prestando assistência para os clientes da Fokker. Algumas tentativas foram feitas para reativar a produção do F-50, porém nenhuma obteve sucesso.
No Brasil o F-50 foi usado principalmente nos anos 90 como substituto do F-27 pela Tam e pelas regionais do Grupo Varig. A primeira companhia aérea brasileira a operar a aeronave foi a Nordeste, em 1991. Juntas a Nordeste e a Rio Sul operaram mais de dez unidades ao longo dos anos 1990. Eles começaram a ser substituídos pelos ERJ-145 a partir de 1998, sendo totalmente retirados de operação em 2001. Já a Tam recebeu sua primeira unidade em 1995 e chegou a operar nove unidades. Em 2001 todos os F-50 já haviam sido substituídos pelo Fokker 100. Entre 2003 e 2008 a OceanAir operou três F-50, que também foram substituídos pelos F-100.

Operadoras no Brasil: Tam, Rio Sul, Nordeste, OceanAir

Andre Oferta
 
 

Construídos: 227
Acidentes: 5

 

Origem: Holanda
Produzido: 1987 - 1997
Comprimento:
25,25 m
Envergadura: 29,00 m
Altura: 8,32 m
Peso: 12,2 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 20,8/20,0 toneladas
Motores:
2x P&W Canada PW125B
Capacidade de combustível: 4 mil litros

Velocidade de cruzeiro:
530 km/h
Velocidade máxima: 560 km/h (mach 0.50)
Altitude de cruzeiro: 7,6 km
Pista mínima para decolagem: 0,8 km
Passageiros: 42 a 58
Primeiro voo: 28 de dezembro de 1985
Alcance: 2055 km
Concorrentes: ATR-42, Dash-8-300,
Dornier 328, Saab 2000, BAe ATP
Companhias Lançadoras: DLT e Ansett Airlines
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

Fokker F-70

Em novembro de 1992 a Fokker anunciou uma versão menor do Fokker 100, batizado de Fokker 70. Ele era 4,62 metros mais curto que o Fokker 100 e poderia atender muitas companhias aéreas que ainda operavam o F-28 e achavam o F-100 grande demais. O F-70 também atendia as companhias aéreas que precisavam de aeronaves maiores que o F-50 e menor que o Boeing 737. A aeronave manteve as mesmas asas, cauda e aviônicos do F-100 e foi certificado oficialmente como F.28-070. As entregas começaram em março de 1995 e a maioria das vendas foram para companhias européias. Todavia o F-70 teve vida curta, pois a Fokker faliu em 1996 e a produção teve que ser encerrada. O último Fokker 70 foi entregue em abril de 1997.

 Guido Potters
 
 

Construídos: 48
Acidentes: 0

 

Origem: Holanda
Produzido: 1994 - 1997
Comprimento:
30,91 m
Envergadura: 29,08 m
Altura: 8,51 m
Peso: 22,6 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 41,7/36,7 toneladas

Motores:
2x  Rolls-Royce Tay Mk.620
Capacidade de combustível: 10,7 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 800 km/h (mach 0.74)
Velocidade máxima: 845 km/h (mach 0.77)
Altitude de cruzeiro: 10,6 km
(35 mil pés)
Passageiros: 72 a 85
Primeiro voo: 4 de abril de 1993
Alcance: 2009 a 3410 km
Concorrentes: ATR-72, Dash-8-400, Avro RJ, CRJ-700, Embraer E-170/175
Companhia lançadora: Sempati Air
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

Fokker F-100

O Fokker 100 foi projetado para ser o sucessor do Fokker 28. Embora ele fosse diferente do F-28, o F-100 foi certificado nos EUA como Fokker F-28-0100. A diferença mais notável entre o F28 e o F100 é a fuselagem bem mais longa, sendo o maior modelo já produzido pela Fokker. O Fokker 100 incorporou diversas melhorias como novos motores, mais potentes e mais silenciosos, que o tornam 30% mais eficiente do que o F28. A aeronave também ganhou novas asas, maiores e com refinamentos aerodinâmicos, além de trem de pouso reforçado e um estabilizador horizontal maior. O cockpit foi modernizado com instrumentos digitais (EFIS) e a cabine de passageiros ganhou materiais mais modernos e mais finos, possibilitando aumentar a largura dos assentos, além de materiais para absorver o ruído dos motores.
O F-100 se mostrou bastante popular, recebendo mais de 200 encomendas em pouco tempo. As primeiras entregas começaram em fevereiro de 1988 para a SwissAir, American Airlines, Tam e US Air.
Em 1993 uma versão de maior alcance foi lançada, equipada com tanques extras de combustível, seguida em 1994 pela versão Fokker 100QC (Quick Change), onde era possível alterar rapidamente o interior da aeronave para o transporte de passageiros ou carga.
Mesmo sendo um sucesso de vendas, a Fokker perdia dinheiro devido a má gestão. A Fokker acabou falindo em 1996 e a produção do F-100 foi encerrada no inicio de 1997. Houve uma tentativa de compra da Fokker pela Bombardier, mas não deu certo. Em 1999 o grupo Rekkof (Fokker ao contrário) tentou reabrir a produção de F-70 e F-100, mas isso nunca aconteceu. A Stork BV passou a fazer a manutenção da aeronave sob o nome "Fokker Aviation".
As novas versões dos aviões da Bombardier e da Embraer também prejudicaram a venda dos F70/100 e impediram o lançamento de novas versões como o Fokker 130, que seria uma versão maior.
No Brasil o Fokker 100 ficou famoso pela Tam, que adquiriu mais de 50 unidades do tipo, a partir de 1990, e foi uma das maiores operadoras no mundo. Infelizmente essa aeronave ganhou má reputação no Brasil, depois de uma série de acidentes. Enquanto isso no resto do mundo o Fokker 100 sofreu poucos acidentes e era considerada uma aeronave confiável. Apesar da má fama, o Fokker 100 foi o responsável pelo rápido crescimento da Tam nos anos 90, passando de uma pequena regional para a líder do mercado doméstico no inicio dos anos 2000. Com a reputação abalada, a Tam acelerou a substituição dos F-100 por Airbus e no final de 2008 já não operava mais nenhuma unidade do tipo. A OceanAir também operou o F-100 no Brasil entre 2005 e 2015. Devido à má fama da aeronave, a companhia rebatizou o F-100 de "MK 28".

Operadoras no Brasil: Tam, Taba, OceanAir/Avianca

 Mick Bajcar
 
 
 Modelo: Fabricados: Acidentes:
 F28-0100 278 11

Origem: Holanda
Produzido: 1988 - 1997
Comprimento:
35,53 m
Envergadura: 28,08 m
Altura: 8,51 m
Peso: 24,3 ou 24,5 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 43,0 ou 45,8/39,9 toneladas

Motores:
2x Rolls-Royce Tay Mk 620-15 ou 650-15
Capacidade de combustível: 13,3 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 800 Km/h (mach 0.74)
Velocidade máxima: 845 km/h (mach 0.77)
Altitude de cruzeiro: 10,6 km (35 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 1,5 ou 1,6 km
Passageiros: 97 a 122
Primeiro voo:
30 de novembro de 1986
Alcance: 2450 ou 3170 km
Concorrentes: Boeing 717,
Avro RJ, Bombardier CRJ-900, Embraer E-190/195
Companhia lançadora: SwissAir
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