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Em 1963 a Força Aérea Americana fez uma concorrência entre as
fabricantes para um novo avião de grandes dimensões. A Boeing acabou
perdendo a concorrência, mas usou o modelo para fabricar uma aeronaves
que o presidente da Pan Am
insistia que a Boeing fizesse. O problema era que os aeroportos estavam
ficando saturados com o rápido aumento de voos e a
Pan Am via a solução na construção de uma
aeronave maior. A Pan Am entrou para a história
como a companhia que mais influenciou o projeto de uma aeronave. Com
medo que a aeronave não vendesse bem, a Boeing a projetou para ser
facilmente adaptada para o transporte de cargas e assim ela continuaria
a ser vendia mesmo que a demanda por passageiros diminuísse. O projeto
inicial previa dois andares completos, como no
A380, mas por problemas de evacuação dos
passageiros o avião ficou somente com uma espécie de deck no segundo
andar.
Em abril de 1966 a Boeing anunciou uma nova aeronave. Mas não era uma
aeronave qualquer, se tratava do maior avião comercial já construído.
Mais longo do que um 707 e meio, mais alto
que qualquer outra aeronave e com dois andares, o Boeing 747 foi um
marco na aviação comercial. A primeira versão foi o Boeing 747-100,
lançada pela
Pan Am com 25 unidades em abril de 1966. O B747
foi o primeiro avião com dois corredores ao invés de um, chamado de "Wide-Body"
(fuselagem larga).
Uma outra versão lançada foi o Boeing 747-100SR (Short Range), feito
especialmente para a JAL - Japan Airlines. Ele era
tinha um tanque de combustível menor e menos alcance, mas podia carregar
mais passageiros. Foi lançada também a versão 747-100B com opções para
novos motores e maior peso de decolagem. A Boeing não construiu uma
versão puramente cargueira, mas vários 747s da versão 100 foram
convertidos em cargueiros.
A produção do B747-100 foi encerrada em pouco tempo, pois em 1971 foi
lançada uma nova versão, mais econômica e eficiente, o B747-200.
![]() Joe G. Walker
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Modelo: | Construídos: | Acidentados: |
B747-100 | 168 | 10 |
B747-100B | 14 | 1 |
B747-SR | 24 | 1 |
TOTAL: | 206 | 12 |
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 162,4 toneladas
Peso máximo decolagem: 333 toneladas
4 Pratt & Whitney JT9D-7A Rolls-Royce RB211-524B2 GE CF6-45A2 Capacidade de combustível: 183,3 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,19 km
km
3+4+3
Pan Am
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Pan Am
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-SP
O Boeing 747-SP (Special Performace) foi uma versão encurtada de longo alcance do
B747 à pedido
da
Pan Am, que queria utilizá-lo em suas rotas mais
longas. O modelo foi lançado pela
Pan Am em 1976 e bateu o recorde, sendo o
primeiro jato a voar sem escalas entre New York e Tokyo. Além disso a
Pan Am também realizou um voo especial, dando a volta ao mundo em 48
horas com duas escalas. O 747SP foi o avião com maior alcance até
a chegada do Boeing 747-400. O SP também ficou sendo o concorrente
direto do
e do Lockheed Tristar, por ser menor do que os
outros 747s. Com o surgimento das novas versões do Boeing 747, a versão
SP deixou de ser procurada, já que as novas versões eram mais
econômicas.
![]() Aris Pappas
Fabricados: 45
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Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 152,7 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 304/204 toneladas
4 Pratt & Whitney JT9D-7R4W ou Rolls-Royce
RB211-524C2
Capacidade de combustível: 178,7 mil litros
km/h (mach 0.92)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,16 km
3+4+3
Lockheed Tristar
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Pan Am
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-200
Em janeiro de 1971 voava o primeiro Boeing 747-200. A
nova versão do 747, inicialmente conhecida como Boeing 747B, tinha
motores novos e mais potentes, maior capacidade de combustível e maior
alcance. A versão 200 era um pouco mais econômica que a
versão 100, consumindo 16500 litros de combustível por hora de voo
contra 17200 da versão 100.
Os primeiros Boeing 747-100 e 200 vinham com seis janelas no deck
superior, pois a Boeing sugeria que as companhias instalassem somente um
bar no segundo andar. Porém as companhias passaram a colocar assentos
também no segundo andar e as versões mais recentes passaram a vir com
dez janelas no deck.
Em
novembro de 1971 a Boeing lançou a versão cargueira do Boeing
747, o Boeing 747-200F. Ele foi lançado pela
Lufthansa e tinha
um custo por milha voada 35% menor que o Boeing 707F. A novidade foi que a parte dianteira da aeronave se abria, permitindo a
entrada de cargas grandes como elefantes e tanques de guerra. Outra
versão, lançada em 1972, foi o Boeing 747-200B Combi ou Boeing 747-200M,
onde parte da aeronave era para passageiros e parte para carga,
lançada pela Air Canada. A última versão
lançada foi o B747-200C, conversível para carga ou passageiros, lançada
pela World Airways.
No Brasil o Boeing 747, conhecido como "Jumbo", foi operado pela
Varig em 1981. A companhia havia
escolhido o DC-10 ao invés do 747, pois ele era
mais adequado à demanda do mercado brasileiro. Mas a Boeing ofereceu
três Boeing 747-200 Combi que iriam para a Libyan Arav Airlines e a
venda havia sido vetada por embargo comercial.
Operadoras no Brasil:
Varig
![]() Frank C. Duarte Jr.
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Modelos: | Construídos: | Acidentados: |
B747-200B | 253 | 16 |
B747-200C | 13 | 1 |
B747-200F | 127 | 13 |
TOTAL: | 394 | 30 |
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 174 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 374/255 toneladas 4 Capacidade de combustível: 199,1 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,19 km
12300 km
3+4+3
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
JAL
Capacidade de carga (F): 90 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-300
O que era imenso ficou maior. A Boeing pretendia lançar uma versão do
747 para mil passageiros, mas com a crise do petróleo, a nova versão não
foi tão maior assim. Em 1983, nascia o Boeing 747-300. Lançado pela
Swissair, a nova versão tinha o segundo andar
sete metros mais longo do que as versões anteriores e motores mais
modernos. Isso levou à um custo por passageiros transportado 25% menor e
10% a mais de passageiros. Como na versão 200, foi lançada a versão Combi,
metade para passageiros e metade para carga. Também foi lançada a versão
Short Range, onde a Japan Airlines quebrou
recordes de passageiros com mais de seiscentos ocupantes no mesmo voo.
Nenhuma versão cargueira pura foi construída, mas muitas unidades
foram convertidas.
No Brasil o Boeing 747-300 foi a versão do 747 que a
Varig operou em maior quantidade e
também a última a ser aposentada. Em 1998 aconteceu o último voo de um
Boeing 747 operado por uma companhia aérea brasileira.
Operadoras no Brasil:
Varig
![]()
Construídos: 81
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Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 178,1 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 374/260 toneladas 4 Pratt & Whitney JT9D-7R4G2 ou Rolls-Royce RB211-524D4
ou GE CF6-80C2B1 Capacidade de combustível: 199,1 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,32 km
12400 km
3+4+3
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
JAL e
Singapore
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-400
Uma nova versão do 747 foi anunciada em 1985. A nova versão tinha asas
maiores e winglets, que reduzem o consumo de combustível. A cabine
de comando foi totalmente redesenhada, permitindo que só dois
tripulantes à operem ao invés de três nas versões anteriores. O consumo de combustível
é 25% menor do que as versões anteriores e o peso foi reduzido com uso
de compostos e ligas de alumínio.
O primeiro B747-400 foi entregue em janeiro de 1989 e entrou em operação
em fevereiro pela Northwest Airlines. A segunda
versão lançada foi a versão Combi ou 747-400M, lançada pela
KLM em 1989. A próxima versão foi o Boeing
747-400D (Domestic), feita especialmente para o mercado japonês, essa
versão substituía a SR (Short Range) das versões anteriores e foi
lançada pela JAL. Em 1993 a versão totalmente
cargueira, o Boeing 747-400F, foi lançada pela
CargoLux.
A versão de longo alcance, o Boeing 747-400ER (Extended Range), foi
lançado em novembro de 2000 e entrou em serviço em 2002 pela
Qantas. O 747-400ER inclui até dois tanques
extras de combustível, gerando um aumento do alcance de aproximadamente
805 km. Em 2001 foi lançada a versão cargueira, conhecida como Boeing
747-400ERF. A nova versão pode transportar mais peso que a versão 400F e
entrou em serviço em 2002 pela Air France.
A Boeing ainda lançou o Boeing 747-400BCF (Boeing Converted Freighter),
também conhecido como Boeing 747-400SF (Special Freighter), que é
programa de conversão do Boeing 747-400 de passageiros para a versão
cargueira, em 2005.
Foi produzido também o "Dreamlifter" ou Boeing 747-400LCF (Large Cargo
Freighter), feito especialmente para transportar as peças do
Boeing 787.
Por mais de 40 anos, o Boeing 747 reinou absoluto como a maior aeronave
comercial do mundo. Mas em 2008, entrou em operação o A380, desbancando
o 747.
No Brasil o Boeing 747-400 foi operado brevemente pela
Varig no inicio dos anos 90.
Com o lançamento de aeronaves mais modernas e eficientes como o
Boeing 777,
,
o interesse das companhias aéreas pelo Boeing 747 foi diminuindo. Mesmo
assim a Boeing manteve a aposta no 747, lançando o sucessor Boeing 747-8
em 2005.
Operadoras no Brasil:
Varig
![]() Ryan Syferd
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Modelo: | Construídos: | Ativos: | Acidentados: |
B747-400 | 500 | 6 | |
B747-400F | 126 | 5 | |
B747-400ER | 6 | ||
B747-400ERF | 40 | ||
B747-400LCF | 4 | ||
B747-400D | 19 | 1 | |
TOTAL: | 695 | 239 | 12 |
Origem: Estados Unidos
Produzido:
Peso da aeronave: 181 toneladas / 183
toneladas (ER)
Peso máximo decolagem/pouso: 4 Pratt & Whitney PW4062 ou General Electric
CF6-80C2B5F Capacidade de combustível: 216,8 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,01 km
14205 km (ER)
3+4+3
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Singapore
Capacidade de carga: 123,650 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-8
A versão de passageiros, conhecida como
Boeing 747-8I (Intercontinental) só recebeu encomenda em fevereiro de
2009, da Lufthansa, que permaneceu como
única cliente da versão de passageiros até dezembro do mesmo ano. A
versão mais popular do 747-8 é a versão cargueira, conhecida como Boeing
747-8F. Em 2010 a versão cargueira tinha mais de 70% das encomendas. O
segundo andar é mais curto do que na versão de passageiros e transporta
16% mais carga com 17% menos custo por tonelada que a versão 400.
Lufthansa.
Apesar dos esforços da Boeing, o B747-8 encontrou
poucos compradores. As companhias aéreas preferiram o
Boeing 777 ou o Airbus
A350, que são mais econômicos. Com poucas encomendas, a
produção do Boeing 747-8 corre o risco de ser encerrada em breve.
Boeing
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Modelo: | Construídos: | Ativos: | Encomendas: | Acidentes: |
Boeing 747-8I | 48 | 20 | 0 | |
Boeing 747-8F | 94 | 92 | 20 | 0 |
TOTAL: | 142 | 112 | 20 | 0 |
Origem: Estados Unidos
Peso da aeronave: 214 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 442/309 toneladas 4 General Electric
GEnx-2B67
Capacidade de combustível: 242,4
mil
litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 13 km (43 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,09 km
km
3+4+3
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): Lufthansa
Capacidade de carga: 133,9 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
atualizado em dezembro de 2020