Convair CV-240 / CV-340 / CV-440 / CV-540 / CV-580 / CV-600 / CV-640 / CV-5800

A Convair nasceu em 1943, após a fusão de duas fabricantes de aeronaves americanas: Consolidated Aircraft Corporation e Vultee Aircraft Incorporated. Inicialmente a empresa ficou conhecida como Consolidated-Vultee Aircraft, mas acabou alterando o seu nome para Convair, uma abreviação das palavras Consolidated e Vultee Aircraft. As fusão ocorreu em meio a Segunda Guerra Mundial e a fabricante voltou-se então para a produção de aeronaves militares. Porém, após o fim da guerra, a demanda por aeronaves militares caiu drasticamente. A Convair então começou a focar no mercado civil. A aeronave de maior sucesso naquela época era o Douglas DC-3 e ele passou a ser o alvo de várias fabricantes ao redor do mundo, que tentaram copiar o seu sucesso. Enquanto isso, a American Airlines, uma das maiores operadoras do DC-3, já estava pensando em um substituto para o modelo em sua frota e queria uma aeronave com motores mais modernos, maior velocidade de cruzeiro e cabine mais silenciosa e confortável para os passageiros. Enquanto a Douglas estava ocupada com o desenvolvimento do DC-6, a Convair estava tentando se reposicionar e abraçou esse pedido como a oportunidade ideal para entrar no setor comercial.

Em junho de 1946 voava pela primeria vez o Convair 110, com capacidade para cerca de 30 passageiros. No entanto a American achou a aeronave pequena e também solicitou que a cabine fosse pressurizada, para permitir uma altitude de cruzeiro mais alta, acima do mau tempo. Foi ai então que nasceu o Convair 240, com maior capacidade de passageiros, cabine pressurizada, asas maiores e motores mais potentes. A fuselagem era totalmente metálica, construída em liga de alumínio e o trem de pouso era triciclo e retrátil. O Convair 240 se destacou como uma das aeronaves comerciais mais rápidas quando foi lançado, próximo aos 500 km/h, cerca de 80% mais rápido do que o DC-3. A velocidade do CV-240 permitia a redução do tempo das viagens e maior número de voos por dia com o mesmo avião, aumentando a produtividade. A cabine pressurizada do CV-240 permitia voos mais confortáveis em altitudes mais altas, reduzindo as turbulências e proporcionando um voo mais estável. Essas características tornaram o CV-240 um dos aviões mais populares e bem-sucedidos da sua época, se tornando um dos modelos favoritos para substituir o DC-3. Apesar de mais moderno e eficiente que o DC-3, o Convair 240 não era capaz de substituí-lo em todas as situações. O Convair era mais caro em termos de preço de compra, manutenção e custo por hora de operação. Mesmo sendo projetado para operar em pistas curtas, o CV-240 ainda tinha algumas limitações em comparação com o DC-3, que era mais robusto e versátil para operar em ambientes de infraestrutura limitada. Muitas companhias aéreas utilizaram os dois modelos em conjunto, aproveitando as vantagens específicas de cada um. O DC-3 permaneceu como a escolha ideal para regiões remotas e rotas menos lucrativas, enquanto o CV-240 ficava com as rotas de maior volume de passageiros, oferecendo mais conforto e eficiência. O Convair 240 teve um papel importante no processo de aposentadoria do DC-3, apesar do modelo continuar em operação, cada vez em menor número, mesmo após a entrada em serviço de aeronaves mais modernas e eficientes. As primeiras entregas do CV-240 foram para a American Airlines, em fevereiro de 1948.

Em outubro de 1951 decolou o primeiro Convair 340, uma versão esticada do CV-240, permitindo adicionar mais quatro assentos, um pedido da United. Além da maior capacidade, o CV-340 incorporou asas maiores e outras melhorias, tornando-o ainda mais eficiente e com maior alcance. Pouco tempo depois, em 1955, foi lançado o Convair 440, apelidado de "Metropolitan", uma versão melhorada do CV-340, com melhorias aerodinâmicas, novos escapamentos de motor, melhor isolamento acústico da cabine e radar meteorológico (como opcional). No entanto o CV-440 chegou num momento em que as companhias aéreas já estavam de olho nos turboélices, sendo o Vickers Viscount o pioneiro da categoria. Os turboélices eram mais rápidos, mais silenciosos e mais econômicos em operação contínua, além de terem melhor desempenho em altas altitudes. A solução encontrada pela Convair foi transformar as suas aeronaves em turboélices, trocando os motores a pistão por motores turboélice.

Em fevereiro de 1955 voou pela primeira vez o Convair 540, uma conversão do CV-340 com motores turboélice. Em 1960 os CV-340 e CV-440 podiam ser convertidos com novos motores turboélice e ainda melhorias na estrutura. Essas modificações os transformavam em CV-580. Em 1965 foi a vez do CV-600, dessa vez os CV-240 com motores turboélice. A versão CV-640 eram os CV-340 e CV-440 com motores turboélice da Rolls-Royce. As versões turboélices em geral apresentavam aumento de potência e desempenho, taxa de subida mais rápida, maior altitude de cruzeiro, melhor desempenho em pistas curtas e regiões quentes e maior alcance. Além disso os motores turboélices eram mais confiáveis e mais fáceis de manter. Essas versões deram uma segunda vida aos Convair e adiaram a sua aposentadoria. A versão mais popular foi o CV-580, com mais de 150 unidades convertidas para essa variante.

A última versão foi o CV-5800, uma versão modificada do CV-580, com fuselagem alongada. Apenas seis unidades foram convertidas e usadas principalmente no transporte de carga. Apesar da conversão para motores turboélice, o projeto original vinha de um avião a pistão. A medida que novas aeronaves, mais econômicas e eficientes foram chegando no mercado, as companhias aéreas foram perdendo o interesse até mesmo nas versões com motores turboélice.

No Brasil a Varig foi a primeira a operar o Convair, em 1954, na versão CV-240, a aeronave mais rápida no mercado até então. Em 1954 a Real-Aerovias e a Cruzeiro receberam os seus primeiros CV-340 e se gabavam por ter uma "versão mais moderna" do que a Varig (apesar da diferença entre as duas ser apenas o tamanho). Em 1956 e 1958 as duas também receberam a versão mais moderna CV-440. A Real-Aerovias foi comprada pela Varig em 1961, que absorveu os seus Convair. Já na Cruzeiro os Convair passaram a ser a principal aeronave durante a segunda metade dos anos 1950 e a primeira metade dos anos 1960, sendo substituídos pelo Caravelle e YS-11 no final dos anos 1960.

Operadoras no Brasil: Cruzeiro, Real Aerovias, Varig



 

Modelo:

Construídos: Acidentados:

CV-240

540 79

CV-340

155 26

CV-440

162 61

CV-580

166 32

CV-640

27 6

TOTAL:

1050 204
     

Origem: Estados Unidos
Produção: 1947-1954
Comprimento:
24,84 m / 22,76 m (240)
Envergadura: 32,12 m / 27,97 m (240)
Altura: 8,89 m
Peso da aeronave:
240: 11,5 toneladas
340: 15,1 toneladas
580: 13,7 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
340: 21,3/20,8 toneladas
580: 26,3/23,5 toneladas
Capacidade de combustível:
240: 3,7 a 5,8 mil litros
340: 6,6 mil litros
580: 7,7 mil litros
Motores: 2x Allison 501D ou Pratt & Whitney R-2800
Velocidade de cruzeiro: 451 km/h
Velocidade máxima: 507 km/h
Altitude de Cruzeiro: 7,4 km
Pista mínima para decolagem: 1,4 km
Alcance:
240: 1930 km
340: 3650 km
580: 4611 km
Passageiros: 40 a 44 (240) / 44 a 48
Primeiro voo: 16 de março de 1947
Concorrentes: Martin 4-0-4, Curtiss C-46, Dart Herald, HS-748, Fokker 27, Saab 90
Companhia Lançadora: American Airlines

Comparar com outras aeronaves

 

 

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