Curtiss C-46

Inicialmente conhecido como Curtiss CW-20, o projeto foi iniciado em 1937. O avião deveria concorrer diretamente com o DC-3 e DC-4, com capacidade para 36 assentos e cabine pressurizada. O projeto da aeronave incluía uma fuselagem com o formato “bolha dupla”, que lhe permitia suportar melhor o diferencial de pressão em grandes altitudes.
Embora a Curtiss-Wright tenha oferecido a aeronave para várias companhias aéreas, nenhuma se interessou. A primeira entrega foi feita para a Força Aérea Americana em 1942. Na FAA o avião ficou conhecido como C-46 Commando. Os Curtiss C-46 não era pressurizado e ganhou motores Pratt & Whitney R-2800 ao invés do Wright R-2600, que equiparia a versão civil. A Curtiss também produziu a versão C-46A, equipado com porta de carga, piso reforçado e sistema de guincho hidráulico. Com a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, a produção do C-46 começou a aumentar vertiginosamente. O C-46 era a única aeronave capaz de transportar carga pesada em alta altitude, cruzando o Himalaia. No entanto o C-46 não era o favorito de ninguém, pois houveram muitos acidentes com a aeronave, que misteriosamente explodiam em pleno voo. Mais tarde foi finalmente descoberto pequenos vazamentos de combustível onde uma faísca acabaria por causar uma explosão. Após a descoberta, todos os C-46 foram modificados para evitar esse tipo de problema.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o mercado foi inundado por C-46 Commando excedentes da guerra com preço muito baixo, o que interessou algumas companhias aéreas. Além do preço baixo, a fuselagem mais larga do C-46 permitia uma configuração de assentos confortável 2+2 para 36 passageiros, ou  uma configuração 2+3 podendo transportar até 46 passageiros. Em comparação com o DC-3, o C-46 podia levar mais passageiros, tinha motores mais potentes, o dobro da capacidade de carga, era um pouco mais veloz e voava mais alto. Em contra partida pesava contra o C-46 o fato dele ter custos operacionais até 50% maiores que o DC-3, maior consumo de combustível e manutenção mais complexa e cara. Devido as suas características, o C-46 foi muito utilizado para o transporte de carga. O modelo encontrou boa aceitação na América do Sul, especialmente em regiões montanhosas e de selva profunda, onde o C-46 tinha a vantagem de ter uma taxa de subida mais alta e uma altitude máxima de voo maior.
No Brasil o C-46 iniciou sua carreira no transporte de carga pela TCA, em 1947, e Itau, em 1948. Nos anos 50 e 60 Lóide Aéreo, NAB, Real-Aerovias, Varig e Vasp foram as maiores operadoras do C-46 no Brasil, se tornando comum em rotas domésticas junto com o DC-3. A Varig modificou alguns C-46, equipando-os com hélices Curtiss Electric de três pás e turbojatos Turbomeca. Essas aeronaves ficaram conhecidas como Super C-46. Os C-46 operaram no Brasil até o inicio dos anos 70, quando foram substituídos por aeronaves mais modernas.

Operadoras no Brasil: Aero Geral, Aeronorte, Itau, LAP, Lóide Aéreo Nacional, NAB, Paraense, Real-Aerovias-Nacional, Sadia, Taba, TAS, TCA, Transcontinental, Varig, Vasp
 


Vito Cedrini

 

Origem: Estados Unidos
Produção: 1940-1945
Comprimento:
23,27 m
Envergadura: 32,92 m
Altura: 6,60 m
Motores: 2x Pratt & Whitney R-2800-43 ou Pratt & Whitney R-2800-51 (C-46A)
Peso: 14,7 toneladas
Peso máximo de decolagem: 20,4 toneladas
Capacidade de combustível: 5,3 mil litros

Velocidade de cruzeiro: 280 km/h

Velocidade máxima: 433 km/h
Altitude de cruzeiro: 7,4 km
Passageiros: 36 a 46
Pista mínima para decolagem: 0,9 km
Primeiro voo: 26 de março de 1940
Entregues: 3100

Concorrentes: Boeing 247, Boeing 307, Fokker 27, Convair 240, Douglas DC-3, Douglas DC-4,
Martin 4-0-4
Alcance: 4750
 km

Comparar com outras aeronaves

 

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