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Boeing 767


Em meados da década de 70, visando enfrentar o crescente sucesso da Airbus, a Boeing decidiu desenvolver um novo avião de grande capacidade para rotas de médio e longo alcance.
Nascia o Boeing 767, o segundo modelo de fuselagem larga da Boeing, configurado para acomodar até 8 assentos por fileira, separados por dois corredores.

O primeiro protótipo voou em 26 de setembro de 1981, e as entregas começaram no ano seguinte para a United.
Porém, logo a Boeing percebeu um novo segmento de mercado, de média capacidade e grande alcance, capaz de substiuir os veneráveis 707 e DC-8. Assim, a necessidade de uma versão de maior alcance determinou a instalação de tanques extras de combustível, maiores pesos operacionais, além de uma série de outros sistemas de segurança.

Nascia não apenas uma nova aeronave, mas uma nova categoria: a ETOPS, Extended Twin OPerationS. Conhecida como B767-200ER, tornou-se a primeira aeronave bimotor a cruzar o regularmente vastos oceanos.

Hoje, no Atlântico Norte, a grande maioria dos vôos é feita em bi-reatores e o 767 foi o grande desbravador deste segmento.
Deixando os passageiros e empresas receosos a princípio, a prática se tornou comum e anos mais tarde, voltaria a ser usada no 777. Assim mesmo, alguns críticos ainda sustentam que a sigla ETOPS deve significar "Engines Turn Or Passengers Swim" (as turbinas giram ou os passageiros nadam), uma lembrança nada agradável para quem passa 10, 12 horas cruzando oceanos.
O fato é que em apenas um punhado de vezes uma aeronave ETOPS enfrentou panes técnicas com a necessidade de pousos de emergência. Em contrapartida, com a economia oepracional de um bimotor, várias novas rotas internacionais ponto-a-ponto foram criadas, modificando para sempre o panorama da aviação intercontinental.

O 767-200 foi logo sucedido pelo -300 e assim, até a recente encomenda feita pela Continental, a versão -200 ficou anos sem receber nenhum pedido.
A Transbrasil foi pioneira no 767 no Brasil e na América Latina, operando com o tipo desde 1983. A Varig é a outra empresa brasileira que voa com o 767 e hoje possui uma frota composta pelas versões 200ER e -300ER.



Boeing 767-200
Comprimento (m): 48,51
Envergadura (m): 47,57
Altura (m): 15,85
Motores/Empuxo: 2x PW JT9D-7R4D (21.772kg)
Peso max. decol (kg): 136.078
Vel. cruzeiro: 848
MMO/VMO: .86
Alcance (km): (200ER) 12.220
Tripulação técnica: 2
Passageiros: 216
Primeiro vôo: 26.09.1981
Encomendados: 3
Entregues: 225




A versão de fuselagem alongada do 767 foi encomenda pela JAL em setembro de 1983, após a Boeing ter anunciado o novo 767 com uma capacidade de passageiros aumentada para até 330 assentos.
Para isso a fuselagem foi aumentada em 6,5 metros, com seções adicionais antes e após a asa.

O primeiro protótipo vôo em 30 de janeiro de 1986, com motores PW JT9D-7R4D e o segundo protótipo, com motores GE CF6-80A2 em março do mesmo ano.
Repetindo a fórmula da versão -200, logo foi oferecido ao mercado o modelo Extended Range(ER), com maior capacidade de combustível e com motores mais potentes, tanto da General Electric e da Pratt & Whitney.
Após a encomenda da British Airways, também pela Rolls Royce.

A Varig recebeu os primeiros no Brasil, e a Transbrasil também chegou a operar com 5 unidades.
A versão -300 converteu-se numa campeã de vendas, devido à sua enorme flexibilidade operacional. Muitas companhias operam os 767-300 em vôos de uma a onze horas de duração, trazndo sempre bons resultados operacionais. Um verdadeiro coringa, que se encaixa bem em vários mercados.
Algumas empresas internacionais voam com o modelo para o Brasil: é o caso da LanChile, Aeroméxico, Alitalia, American, United e Delta, apenas para citar algumas.



Boeing 767-300
Comprimento (m): 54,90
Envergadura (m): 46,57
Altura (m): 15,85
Motores/Empuxo: 2x PW JT9D-7R4D (21.772kg)
Peso max. decol (kg): 156.490
Vel. cruzeiro: 850
MMO/VMO: .86
Alcance (km): 11.305
Tripulação técnica: 2
Passageiros: 261
Primeiro vôo: 30.01.1986
Encomendados: 49
Entregues: 578



Pegue um avião de sucesso, aumente sua fuselagem para transportar mais passageiros e dar mais lucros aos operadores. Onde será que eu já vi isso?

A idéia de desenvolver mais uma versão alongada do 767, a partir do 767-300ER, começou a surgir em 1986, porém só foi oficialmente lançada em 1997, graças à uma encomenda de 21 unidades feita pela Delta Air Lines.

A fuselagem básica do B767-300ER foi alongada em mais 6,4 metros, permitindo a acomodação de 245 passageiros em três classes ou até 375 passageiros em classe única.
Diversas melhorias internas foram feitas, principalmente em relação ao conforto dos passageiros, com a adoção de soluções utilizadas no 777.
Assim, desde as janelas elípticas do 777 bem como a arquitetura de cabine do irmão maior, são padrão neste novo modelo da bem-sucedida família 767.
O 767-400 acabou sendo escolhido pela Delta Air Lines como substituto ideal para sua frota de Lockheeds L-1011 Tristar. A Continental também escolheu o modelo, em seu caso para substituir os DC-10-10 e DC-10-30 até então usados nas rotas domésticas e internacionais.

O primeiro protótipo voou em outubro de 1999, com entrada em operação em meados do ano 2000.

Mais recentemente a Boeing estudou uma versão de alcance ainda maior, conhecida inicialmente como B767-400ERX, tendo a Kenya Airways como primeira compradora. Após meses de estudos, e sem encontrar outros interessados na nova aeronave, essa versão foi cancelada.



Boeing 767-400
Comprimento (m): 61,40
Envergadura (m): 51,90
Altura (m): 16,80
Motores/Empuxo: 2x GE CF6-80C2 (28.804kg)
Peso max. decol (kg): 204.120
Vel. cruzeiro: 854
MMO/VMO: .86
Alcance (km): 10.460
Tripulação técnica: 2
Passageiros: 375
Primeiro vôo: 10.1999
Encomendados: 40+
Entregues: 26+

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