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A Varig, maior companhia aérea da América Latina até então, estava mergulhada numa profunda crise financeira. Desde a década de 90 a empresa cortava rotas e diminuía a frota a cada ano, mas os prejuízos continuavam.
Com dívidas bilionárias, a empresa entrou em colapso em junho de 2006, quando metade da sua frota foi obrigada pela justiça a ficar "no chão". Os passageiros da companhia ficaram presos em várias partes do Brasil e do mundo, já que as companhias parceiras da Varig deixaram de aceitar os seus bilhetes. Estava claro que a empresa não ia passar desse ano.
A
empresa foi dividida em duas: a "antiga Varig" ficou com toda a divida e a "nova Varig" ficou com a parte saudável da empresa. Foi feito um leilão para a venda da "parte boa" da empresa, mas somente um grupo dos seus próprios funcionários deu um lance.
Um novo leilão foi feito e em 20 de julho de 2006 e a empresa foi comprada pelo fundo de pensão americano Matlin Patterson (VOLO Brasil), a mesma que havia comprado a Varig Log da própria Varig em julho de 2006.
Batizada de VRG Linhas Aéreas a empresa continuou a operar com o CHETA da antiga Varig até dezembro, quando recebeu o seu próprio. A empresa anunciou que iria paralisar todas as rotas, operando só a ponte aérea Rio - São Paulo e aos poucos a malha iria sendo ampliada. Mas a ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil) obrigou a empresa a manter as rotas que a empresa já fazia.
Em agosto de 2006 a empresa contava com uma frota de dez aeronaves (Boeing 737-300, Boeing 767-300ER e MD-11) e operava para Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Manaus, Buenos Aires e Frankfurt. Em setembro reativou quatro 737-300 e iniciou voos para Caracas, Brasília, Curitiba e Fernando de Noronha.
O "tesouro" da VRG eram os direitos de pouso e decolagem nos aeroportos (slots) da Europa e Estados Unidos, pois em grandes aeroportos como o de Paris, há fila de companhias querendo operar lá. A VRG tinha um prazo de seis meses para voltar a operar no destino para não perder os direitos de pouso e decolagem. Quem estava contando os dias para o prazo acabar eram a Gol e principalmente a Tam, que queria voar para vários destinos europeus que a Varig havia deixado de voar. A Gol demonstrou grande interesse em voar para Bogotá. A VRG então reformulou a malha e iniciou voos para Bogotá (para não perder os slots). Inicialmente saindo de São Paulo com escala em Manaus e depois voos diretos entre São Paulo e Bogotá.
Em 15 de dezembro de 2006 a VRG Linhas Aéreas começou a operar oficialmente, pois recebeu o CHETA. Mas ai começava outra corrida contra o tempo. A empresa tinha 180 dias para voltar a operar todos os voos que tinha direito ou então os seus slots seriam redistribuídos. Outro "tesouro" da VRG eram os slots em Congonhas.
Em março de 2007 a empresa iniciou voos para Vitória e Londrina. Mas o dinheiro liberado pela VOLO para investir na VRG estava quase no fim. A empresa devolveu os últimos dois MD-11 e ficou somente com os Boeing 767-300 para fazer os voos para Frankfurt, que ficaram ameaçados de serem cancelados por falta de aeronave.
Tudo mudou em 28 de abril de 2007, quando a Gol anunciou a compra da VRG por aproximadamente 400 milhões de dólares. A ambição da Gol era expandir suas rotas, através da VRG, para a Europa e Estados Unidos e desbancar a Tam se tornando a maior companhia aérea do Brasil. A Gol anunciou a vinda de onze Boeing 767-300 e um Boeing 767-200 para a empresa retomar os voos internacionais e de Boeings 737-700 e 737-800 para substituir os 737-300. Também anunciou o fim da primeira classe, agora a VRG iria ter somente classe econômica e executiva. Porém o prazo para a VRG retomar os voos internacionais estava quase se esgotando e não ia ter tempo de retomar todos antes do fim do prazo. A VRG então entrou na justiça, alegando que a data inicial da contagem dos 180 dias deveria ser outra. A 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decidiu que o início da contagem do prazo de 180 dias para a implementação das rotas internacionais para Espanha, França, Inglaterra, Itália e México começa a partir da data do ato de designação, que ocorreu em 11 de maio de 2007.
Resolvido o problema, a VRG começou a expandir. No dia 15 de junho ampliou a ligação entre o Brasil e Buenos Aires, na Argentina, tornando-a uma ponte aérea com 49 voos por semana e partidas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.  Iniciou o segundo voo diário para Frankfurt, dessa vez partindo do Rio de Janeiro, em 16 de junho. Em 5 de julho retomou as operações na rota Congonhas – Florianópolis com três freqüências diárias nos dias úteis. No início de setembro recebeu um Boeing 767-300ER, aeronave que iniciou os voos São Paulo - Paris - Roma, os primeiros novos destinos intercontinentais da companhia, em 20 de setembro.
Em 23 de outubro, no Dia do Aviador, a VRG apresentou a sua nova identidade visual. Desde a compra pela Gol, a marca havia sofrido leves alterações, como o fim da palavra "Brasil" e o dourado da rosa-dos-ventos foi substituído por laranja. Porém, agora a empresa apresentava realmente algo novo. A fonte da letra foi alterada e ganhou a bandeira do Brasil no final, a rosa-dos-ventos agora não aparece por completo e tem toques de laranja. Na cauda do avião, o azul claro em ondas que simulam a aerodinâmica de uma aeronave.
No dia 28 do mesmo mês a empresa inaugurou voos para Londres, no dia 10 de dezembro para a cidade do México e logo depois Santiago do Chile.
Porém o plano da Gol não saiu como o esperado. A VRG amargou péssimas ocupação em seus voos (nacionais e internacionais) e, para piorar, o preço do combustível "explodiu". Como resultado a Gol ficou no vermelho pela primeira vez.
Em 2008 a VRG iniciou o voos para seu último novo destino internacional, Madrid.
Porém no mesmo ano, a Gol resolveu recuar... Reduziu os voos intercontinentais para apenas Paris e Madrid. Mas a VRG continuava com ocupações abaixo de 50%. Então, poucas semanas depois, decidiu encerrar os todos os voos intercontinentais. O último voo intercontinental da VRG foi para Paris. A Gol também resolveu fundir as duas empresas, para diminuir os custos e em agosto de 2008 a VRG oficialmente foi incorporada à GLAI - Gol Linhas Aéreas Inteligentes. Na verdade a Gol é quem foi absorvida pela VRG, pois a ela possuía vários benefícios fiscais. Apesar de tudo a marca "Varig" continuou existindo, agora somente em alguns voos para América do Sul: Buenos Aires, Santiago, Bogotá e Caracas. No final do ano a Gol lançou a classe "Comfort", que é uma classe econômica diferenciada. O passageiro paga mais por benefícios como uso das salas VIP, maior acumulo de milhas, serviço de bordo diferenciado, entre outros. A classe Comfort estava presente somente nos voos operados com a marca Varig.
Em outubro de 2009 a Gol anunciou novos voos com a marca Varig, com o inicio dos voos para o Caribe. O primeiro destino foi Aruba.
Em 2010 quatro Boeing 767-300 foram reativados, pois a Gol estava com dificuldades para se desfazer dessas aeronaves. Os 767 voltaram a voar através de voos fretados para os EUA e Europa. No entanto a Gol afirmou que não tinha planos de voltar a operar voos regulares de longa distância.
Em junho de 2010 a
Gol anunciou novos destinos no Caribe operados com a marca Varig: Barbados e República Dominicana. A companhia também realizou voos fretados, nas férias de julho, para outros destinos no Caribe como Bridgetown e St Maarten.
Em 2011 a Gol cancelou os voos para Bogotá, que sofria forte concorrência da Avianca e Tam, diminuindo ainda mais a malha operada com a marca Varig. Desde então a marca Varig foi abandonada pela Gol. A classe "Comfort" foi substituída pelo "Gol + Espaço", operada pela marca Gol.
Em dezembro de 2012 a Gol iniciou voos para os EUA e utilizou a marca Gol. As aeronaves remanescentes com a pintura da Varig foram gradualmente sendo pintadas novamente com a marca Gol, um lento fim para a "nova Varig".
No dia 12 de agosto de 2014 a marca Varig foi vista pela última vez nos céus. O último Boeing 737-800 (prefixo PR-VBL) com as cores da Varig foi pintado com as cores da Gol.

 

Evolução da empresa:

Logos e Marcas:


As primeiras mudanças no logo da VRG foram a retirada do "Brasil" e o dourado da rosa dos ventos foi substituído pelo laranja.


Em outubro de 2007 a VRG lançou sua nova marca.


Classe Comfort


O Smiles foi incorporado pela Gol e passou a ser laranja em 2009.

Pinturas:
2006-março de 2007 / março de 2007-outubro de 2007

Outubro de 2007-2008

2008-2014

 

Fundação: 15 de dezembro de 2006
Encerrou as atividades como companhia independente: agosto de 2008
Principais Aeroportos: Guarulhos - São Paulo

Sede: Rio de Janeiro
Códigos: VRN / RN

Aeronaves já operadas: Boeing 737-300, Boeing 737-700, Boeing 737-800, Boeing 767-200, Boeing 767-300.
Destinos nacionais já servidos:
Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Brasília, Salvador, Porto Seguro, Recife, Fernando de Noronha, Fortaleza, Manaus, Londrina
Destinos internacionais já servidos: México, Madrid, Paris, Londres, Roma, Frankfurt, Buenos Aires, Santiago, Bogotá,
Caracas, Aruba, Barbados, Curaçao e Punta Cana

 

> Frota:

> Frota/Ano "nova Varig":

E

Aeronave

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012 2013

"nova Varig"

Boeing 737-300 11 16 12          
Boeing 737-700   1 9 9 8 8 8 5
Boeing 737-800   5 10 10 9 8 6 5
Boeing 767-200   1 1   1 1    
Boeing 767-300 1 8 10   3 1    
MD-11 2 2            
TOTAL: 14 33 42 19 21 18 14 10

> Veja a frota do grupo Gol

 

 

> Mapa de Rotas:

> Veja os mapas de rota da "nova Varig" e da Gol



 

 

Atualizado em junho de 2014

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