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Vickers


VISCOUNT

Como resultado de desenvolvimento iniciado antes do final da Segunda Guerra Mundial pelo Comitê Brabazon, o Vickers Viscount surgiu em 1948 para tornar-se o primeiro aviao comercial turbo-hélice do mundo e um dos maiores sucessos da industria aeronáutica inglesa. Concebido inicialmente para transportar 24 passageiros, seria impulsionado pelas primeiras versões dos motores Rolls Royce Dart. Dois protótipos foram construídos e o primeiro vôo do Vickers 630, com capacidade para até 32 passageiros, realizado em julho de 1948. O exemplar de pré-produção, o Vickers 700, teve sua fuselagem aumentada para acomodar até 40 passageiros e recebeu motores mais potentes. Fez seu primeiro vôo em abril de 1950 e atraiu imediato interesse da British European Airways, que tornou-se a maior operadora do tipo na época. A primeira série produzida foi a 700, que teve diversas sub-variantes que identificam a empresa compradora, começando pela Série 701 até a 798. Em meados da década de 50, a Vickers passou a oferecer uma versão alongada do Viscount, com capacidade para até 71 passageiros, a Série 800. Era prática comum da indústria inglesa dar nomes para todas as aeronaves. Outra tradição curiosa, amplamente difundida, foi a de escolher nomes começados pela letra inicial da empresa fabricante. Os exemplos são muitos: os Handley-Page Heron, Herald, os Bristol Brabazon e Britannia. A Vickers não foi diferente: tivemos o Viscount, (inicialmente chamados de Viceroy) e depois os Vanguard, Victor, Valiant, Vulcan, etc. A história do Viscount no Brasil é longa. A Vasp encomendou junto ao fabricante cinco unidades da série 800, que em 1958 foram as primeiras aeronaves a reação a voar em nosso país. Anos depois a Vasp comprou junto à BEA mais 10 unidades usadas, estas da série 700. Ficaram conhecidas respectivamente como Vaicão e Vaiquinho e serviram até 1975, quando os últimos modelos da série 800 foram retiradas dos serviços da Ponte Aérea Rio-São Paulo, a última rota em que operaram regularmente. Foram vendidos à Pluna Uruguay, onde voaram mais alguns anos ligando Montevideo à Asunción, Buenos Aires e Porto Alegre.

Vickers Viscount
Comprimento (m): 26,11
Envergadura (m): 28,56
Altura (m): 8,15
Motores/Empuxo: 4x RR Dart Mk 525 (2100 ehp)
Peso max. decol (kg): 32.885
Vel. cruzeiro: 525km/h
MMO/VMO: 563km/h
Alcance (km): 2.776
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 43
Primeiro vôo: 16.jul.1948
Encomendados: 438
Entregues: 438

 

VANGUARD

Na segunda metade da década de 50, a British European Airways (BEA) necessitava de uma aerovane turbo-hélice para até 100 passageiros, para que fosse sucessora dos excelentes Vickers Viscount. Procurou o mesmo fabricante, que se dispôs a construir uma aeronave seguindo estes requerimentos. Conhecida incialmente como Type 870, ela foi sendo desenlvolvida pelo fabricante britânico.
Nesta fase, o projeto apresentava duas versões: uma com asa alta (preferida pela BEA) e outra de asa baixa, preferida pela TCA-Trans Canada Airlines. Esta acabou sendo escolhida e designada oficialmente Type 950 Vanguard. Porém na mesma época, eram lançados os primeiros aviões comerciais a jato, condenando assim todos os aviões turbo-hélice a um segundo plano no mercado e na preferência dos passageiros, posição incômoda de onde não mais saíram.
Assim, apesar das suas qualidades, as encomendas feitas para os novos Vanguard resumiram-se à 43 unidades compradas pela BEA e TCA. O primeiro protótipo voou em janeiro de 1959 e as entregas foram no ano seguinte. Em 1974 a Trans Canada Airlines retirou suas últimas unidades de operação, enquanto que a British Airways, herdeira dos Vanguard operados pela BEA, manteve apenas 5 unidades (convertidas para carga) e re-batizadas como Merchantman. Mudando de mãos, foram finalmente aposentados em 1999. Mais um impressionante fracasso da indústria britânica



Vickers Vanguard
Comprimento (m): 37,45
Envergadura (m): 36,14
Altura (m): 10,64
Motores/Empuxo: 4x RR Tyne Mk 512 (5545 ehp)
Peso max. decol (kg): 66.451
Vel. cruzeiro: 676km/h
MMO/VMO: 684km/h
Alcance (km): 2945
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 139
Primeiro vôo: Jan.1959
Encomendados: 43
Entregues: 43





VC10

O Vickers VC10 foi desenvolvido a partir de uma requisição feita pela BOAC em 1957 para um avião que pudesse operar economicamente desde aeroportos "quentes e altos" que a empresa servia em sua extensa rede mundial. Esta desempenho estava além da capacidade dos primeiros Boeing 707, então operados pela BOAC. O VC10 atenderia esta exigência graças ao seu soberbo projeto, que estabelecia o conceito de "asa limpa", sem a presença de motores que "sujavam" aerodinâmicamente sua superfície, que então podia ser usada para produzir mais sustentação. O grande potencial deste desenho foi ainda mais melhorado com a instalação de flaps tipo Fowler e slats por todo o borde de ataque, que se traduziam em menores velocidades de pouso e decolagem (em média 20 nós a menos que os aviões de mesma categoria). O primeiro protótipo do VC-10 voou pela primeira vez em 29 junho de 1962 a partir das instalações da Vickers em Brooklands/Surrey, no Reino Unido, entrando em operação comercial com a BOAC em 19 de abril de 1964. Outros operadores da primeira série do VC10 foram a B.U.A.(mais tarde British Caledonian), Ghana Airways e Nigeria Airways. Outros operadores, já com unidades de segunda mão, foram a Gulf Air, Air Malawi e os governos de Oman e dos Emirados Árabes Unidos. Graças ao excelente desempenho em climas menos quentes, a Vickers passou a oferecer uma versão com a fuselagem aumentada, com maior capacidade de combustível e motores Conways de mais potentes. Esta série ficou conhecida como Super VC10 e foi operada pela BOAC e pela East African Airways. Não tardou para que o VC10 atraísse também a atenção da Royal Air Force, que encomendou um total de 14 unidades híbridas: a fuselagem da primeira séria casada com a asa e motores da série Super VC10. Além destas unidades originais, a RAF adquiriu diversos Super VC10 de segunda mão no final da década de 70, e até hoje os mantém em operação como cargueiros e/ou aviões de reabastecimento em vôo. Os demais VC10 e Super VC10 foram canibalizados, para fornecer peças sobressalentes às aeronaves ainda em uso. Apesar de suas excelentes qualidades, o VC10 não foi um grande sucesso de vendas: apenas 54 unidades foram construídas. De qualquer maneira, tratava-se de uma aeronave muito popular junto ao público viajante. Era bastante comum na época encontrar passageiros trocando seus vôos, somente para poder voar nesta magnífica máquina. No Brasil, a BUA chegou a operar por curto espaço de tempo com o VC10, em seus vôos partindo de Viracopos e Rio de Janeiro rumo ao Reino Unido. Ainda hoje, de tempos em tempos, os VC10 podem ser vistos em alguns aeroportos brasileiros, através de vôos da RAF que necessitam de escalas técnicas.

Vickers VC10
Comprimento (m): 52,32
Envergadura (m): 44,55
Altura (m): 12,04
Motores/Empuxo: 4x RR Conway 43D (10.205kg)
Peso max. decol (kg): 151.950
Vel. cruzeiro: 892km/h
MMO/VMO: 950km/h
Alcance (km): 7.600
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 180
Primeiro vôo: 29.06.1962
Encomendados: 54
Entregues: 54

 

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