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De Havilland


DASH 7

O Dash 7 começou sua história através da iniciativa da de Havilland Canada em desenvolver uma aeronave STOL com capacidade para até 50 passageiros.
O processo todo foi desencadeado por uma pesquisa de mercado, realizada no início dos anos 70, e que apontou a necessidade de uma aeronave desta capacidade e características, sendo a capacidade STOL uma das marcas registradas dos aviões da empresa canadense.
Com o apoio financeiro do governo canadense, iniciou-se a construção do primeiro protótipo do DHC-7, ou simplesmente Dash 7, no final de 1972. Baseando-se em experiências anteriores foi selecionada uma configuração de asa alta e cauda em T, com flaps de fenda dupla extendendo-se por 80% do bordo de fuga da asa. O Dash 7 foi o primeiro, e até hoje o único, avião quadrimotor fabricado pela DHC. Os motores Pratt & Whitney Canada PT6A foram selecionados e deveriam ser equipados com hélices de cinco pás, mais silenciosas, mas isto acabou não acontencendo.
O grande trunfo do Dash 7 deveria ser sua operação silenciosa, permitindo sua operação em aeroportos centrais, já que o fabricante antecipava uma tendência de aumento nos vôos centro-a-centro. O futuro mostrou que as previsões eram um tanto quanto otimistas e o mercado acabou comprando menos do que o esperado, principalmente pela disponibilidade de opções mais baratas que o Dash 7.
No processo de certificação foram usados quatro protótipos, dois para testes estáticos e de fadiga e dois para os ensaios em vôo propriamente ditos, com o primeiro vôo do modelo sendo realizado em 27 de março de 1975 e a homologação emitida pelas autoridades canadenses em 2 de maio de 1977. No dia 30 daquele mês voaria a primeira unidade de série e a primeira operadora, a americana Rocky Mountains Airways, recebeu seu primeiro Dash 7 em 3 de fevereiro de 1978.
Durante os anos em que esteve em produção, além do modelo básico Dash 7 Srs 100, foram oferecidas diversas variantes, como a cargueira/combi(Srs 101) e a de maior peso operacional(Srs 150), também oferecida como cargueira(Srs 151). Nos planos do fabricante estavam também as versões 200 e 300, a primeira com motores mais potentes e a segunda com a fuselagem aumentada, podendo levar até 70 passageiros, mas que jamais saíram das pranchetas de desenho. O mercado começava a se tornar pequeno já que concorrentes como o BAe ATP e a série ATR entravam em operação e o conceito de operações STOL definitivamente tinha um nicho de mercado muito pequeno.
A linha de produção foi finalmente encerrada em 1988, após 111 unidades terem sido entregues, porém ainda hoje um bom número sobrevive em operação, graças a suas exepcionais características de pouso curto e baixo ruído.



de Havilland Canada DHC-7 Dash 7
Comprimento (m): 24,54
Envergadura (m): 28,35
Altura (m): 7,98
Motores/Empuxo: 4x P&WC PT6A-50(1.120shp)
Peso max. decol (kg): 19.958
Vel. cruzeiro: 420km/h
MMO/VMO: 427km/h
Alcance (km): 1.279
Tripulação técnica: 2
Passageiros: 50
Primeiro vôo: 27.Mar.1975
Encomendados: 111
Entregues: 111



COMET

A Segunda Guerra Mundial trouxe vários avanços para a aviação. O mais notável foi o desenvolvimento dos motores a jato.
Com o fim do conflito, a Inglaterra encontrava-se em posição privilegiada neste setor. Coube aos britânicos a glória de lançar o primeiro jato comercial produzido em série, o de Havilland DH106 Comet.

Seu desenvolvimento começou em 1943, quando o governo inglês, através de Comitê Brabazon, solicitou a construção de uma aeronave à reação com alcance de 1300km. A de Havilland colocou seus projetistas trabalhando num modelo chamado então de "Type IV".
Em 1946, já designado DH106, a de Havilland recebeu sinal verde do governo, permitindo a construção de dois protótipos.
Batizado Comet 1, voou em julho de 1949, equipado com quatro motores Rolls-Royce Ghost 50 Mk.1. Seu nome viria a se tornar profético: os velozes cometas, terminam seus vôos sempre em queda...

Assim, o Comet matriculado G-ALYP realizou, com as cores da BOAC, o primeiro vôo comercial a jato, em 2 de maio de 1952, entre Londres e Johannesburg, com total sucesso.

Nos meses seguintes, aconteceram dois acidentes fatais, mas a aeronave foi exonerada de culpa. Até que em 10 de janeiro de 1954, subindo em rota após decolar de Roma, um Comet da BOAC desintegrou-se em pleno ar.

O governo britânico proibiu todos os vôos comerciais do Comet, até que se apurassem as causas. Após um breve período, os Comets voltaram à serviço, mas poucos meses depois, outro desastre semelhante chocou o mundo: por coincidência, após decolar de Roma, um Comet da BOAC despedaçou-se em pleno vôo, desaparecendo nas águas profundas do mediterrâneo na altura de Nápoles.
A solução desta vez foi radical: o certificado de aeronavegabilidade dos Comet foi cassado.

Uma demorada e complexa investigação foi iniciada. Finalmente, depois de meses, foi descoberto o culpado: fadiga de metal, um campo pouco conhecido até então.

Mas a liderança britânica na aviação comercial começava a ser perdida. Foram mais quatro anos até o sucessor, o Comet 4, começar a voar. Os concorrentes americanos, especialmente os Boeing 707 e Douglas DC-8 tomaram o mercado para sí.
Ao todo foram construídas 4 versões diferentes do Comet: além do modelo Comet 1, tivemos o Comet 2, equipado com motores Rolls Royce Avon. O Comet 3 incorporava diversas modificações e melhorias em relação aos modelos anteriores, mas apenas um protótipo foi montado.

A versão que pode ser considerada definitiva foi o Comet 4. Este teve a distinção de ser o primeiro avião a jato a voar regularmente sem escalas no Atlântico Norte, o mais disputado e prestigioso mercado da aviação comercial.
A história dos Comet no Brasil é curta: antes dos desastres do Comet 1, a Panair do Brasil chegou a encomendar três unidades, encomenda que cancelou após as tragédias. Assim, apenas as aeronaves da Aerolineas Argentinas e da BOAC foram vistas com regularidade no Brasil. O Comet 4 foi um dos dois únicos quadrijatos a operar regularmente no aeroporto de Congonhas, juntamente com o Convair 990 da Varig.


de Havilland D.H.106 Comet
Comprimento (m): 35,97
Envergadura (m): 35,00
Altura (m): 8,69
Motores/Empuxo: 4x RR Avon 525B (4.763kg)
Peso max. decol (kg): 73.482
Vel. cruzeiro: 809km/h
MMO/VMO: .73
Alcance (km): 4.315
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 72
Primeiro vôo: 27.07.1949
Encomendados: Comet I(21)
Comet 2(22)
Comet 3(1)
Comet 4(77)
Entregues: Comet I(21)
Comet 2(22)
Comet 3(1)
Comet 4(77)

 

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